segunda-feira, 4 de julho de 2011

DENDEZEIRO

Que outro vegetal pode ser mais importante para nosso contexto religioso que o dendezeiro?

Creio que podem existir outros tão importantes quanto ele mas nenhum mais importante do que ele.

Das suas folhas faz-se as franjas do mariwo, cortinas sagradas que têm por finalidade resguardar e separar o sagrado do profano.

De seus frutos extrai-se o óleo de palma, conhecido no Brasil como “azeite de dendê”, no Caribe como “manteca de corojo”, entre os nagô como “epo pupa” e entre todos os iniciados como "sangue vegetal".

Retirada a polpa de seus frutos, de onde se obtém o azeite, resta uma semente, pequeno caroço no interior do qual encontra-se um coquinho do qual se extrai um óleo finíssimo denominado “óleo de palmiche”, conhecido em yorubá pelo nome de “adi”. Este óleo seria a maior interdição de Exu e sua grande “kisila”.

Não bastassem os diferentes produtos que nos é fornecido por esta árvore, devemos nos reportar aos seus significados mais profundos.

O dendezeiro é a árvore sagrada de Ifá e é de seus frutos que se obtém os negros caroços que, depois de ritualisticamente consagrados, irão representar Orunmilá em seus assentamentos, além de servirem para as consultas ao oráculo de Ifá onde o próprio Orunmilá é contatado por seus sacerdotes, os babalaôs. Aos caroços assim consagrados dá-se o nome de “ikin”.

Somente os “coquinhos” que possuam quatro “olhos” ou mais servem para esta finalidade, sendo que aqueles que possuem apenas três olhos não devem ser usados para este fim.

Sabemos da existência de escolas que utilizam indiscriminadamente os caroços, independente da quantidade de olhos que possuam, mas não é meu objetivo questionar a validade deste fato na presente mensagem.

O que importa é deixar claro que, classificado científicamente como "Elaeis Guineensis", pertencente a familia das "palmáceas", este vegetal possui ainda duas variações que são a "communis" e a "idolatrica".
A primeira, “comum”, é a mais utilizada na cultura deste vegetal, por produzir, em maior quantidade, frutos maiores e que atendem melhor ao objetivo da produção de mais óleo.

A variedade “idolátrica” produz frutos menores e, por este motivo não é cultivada como sua irmã “comum”, mas é ela que produz as sementes de quatro ou mais olhos o que não ocorre em relação à espécie comum, que pode, ocasional e muito raramente oferecer-nos um caroço de quatro olhos entre milhares de três, e isto é uma exceção dificílima de ocorrer.
Esta diferença sempre foi conhecida pelos africanos que dão, ás duas espécies, nomes diferentes.

Segundo Verger, a variedade “communis” é conhecida pelos nagô pelos seguintes nomes:
Opè pánkóró; ìpánkóró; Opè arùnfó; Opè érúwa; Opè alárùn; Opè eléran; Opè òrùwá, etc.

A variedade “idolátrica” é conhecida como: Opè, Opè Ifá, Opè olífà, Opè kin; Opè ikin; Opè yáaàyàla; Opè peku pe ye; Opè kannakánná e Opè téméré erékè adó.

A questão é a que se segue:
será que existem, no Brasil, pés da variedade idolátrica?

Será que se consegue mudas da mesma?

Qualquer informação será de grande utilidade para todos pois é nossa obrigação conservarmos a palmeira sagrada do dendezeiro.

(Texto cedido gentilmente por Ogbebara - http://groups.msn.com/CENTRODEESTUDOS

DACULTURAAFROAMERICANACECAA)

fonte:Candomblé Verde

FOLHA DA COSTA - SAIÃO

Nome científico: Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers.
Sinonímia popular: Planta do Ar, Coirama, Coirama-Branca, Coirama-Brava, Folha-da-Costa, Paochecara, Sayao, Saião

A infusão é utilizada para baixar febres e para curar inflamações do trato urinário; o suco das folhas frescas batidas no liquidificador com água é indicado para gastrites e úlceras; suas folhas maceradas são utilizadas para picadas de insetos, acelerar o processo de cicatrização em ferimentos e queimaduras; a folha fresca aquecida serve para abcessos, furúnculos e dor de cabeça.
(Fonte: http://www.raintree-health.co.uk/cgi-bin/getpage.pl?/plants/coirama.html )

Uso litúrgico: A folha da costa é tida como sendo uma folha consagrada a Oxalá, mas oferecida a todos os Orixás. Diz-se que é a única folha que se pode utilizar para qualquer pessoa, sem o risco de kizila com o seu Orixá, ainda que este não seja conhecido. É utilizada nas obrigações de cabeça, banhos de limpeza e defesa.

fonte: Candomblé verde

BARBATIMÃO

Nome popular: BARBATIMÃO
Nome científico: Stryphnodendron barbatimam Mart.
Sinonímia popular: uabatimô, casca da virgindade, paricarana
Sinonímia científica: Acácia adstringens Mart
Parte usada: Cascas
Propriedades terapêuticas: Adstringente das gengivas, hemostática, emética, depurativa, anti-séptica, antidiarréica, vulnerária, tônica, antileucorréica, antiblenorrágica, antiescorbútica, antiasmática
Indicações terapêuticas: Úlceras, leucorréia, catarro uretrais e vaginais, blenorragia, diarréia, hemorragia

Uso medicinal:
As cascas de barbatimão têm grande poder adstringente. Externamente, reduzidas a pó, empregam-se no tratamento de úlceras e, em banhos e injeções, atuam contra a leucorréia, catarro uretrais e vaginais. Internamente utiliza-se seu decocto nas afecções escorbúticas, na blenorragia, na diarréia, na hemorragia, nas hemoptises e também na leucorréia.

Dosagens indicadas:
Pele oleosa: coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) de água. Ferva por 5 minutos. Espere esfriar, coe e acrescente o suco de meio limão e 1 colher (chá) de mel. À noite, aplique na pele do rosto, com um chumaço de algodão,deixando agir por 20 minutos. Após lave com água morna.

Hemorragias uterinas: coloque 1 xícara ( chá ) de casca picada, 1 xícara (chá) da raiz de algodoeiro e 1 xícara (chá ) de quiabo ainda não maduro, em 1 litro de água. Ferva durante 15 minutos e coe em tecido fino. Faça 1 ou 2 lavagens ao dia com esse líquido. Não obtendo melhora procure orientação médica.

Inflamação da garganta, corrimento vaginal, diarréias, hemorragias: coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1 xícara (chá ) de álcool de cereais a 50%. Deixe em maceração por 3 dias e coe em tecido fino. Tome 1 colher (café), diluído em um pouco de água, de 2 a 3 vezes ao dia.
Feridas ulceradas: coloque 1 colher (sopa) de casca picada e 2 folhas fatiadas de confrei em 1/2 litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique na ferida, com um chumaço de algodão, 2x ao dia.

Corrimento vaginal: coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1/2 litro de água fervente. Espere amornar, coe e acrescente 1 colher (sopa) de vinagre branco ou suco de limão. Faça banhos locais, de 1 a 3x ao dia, até que o sintoma desapareça.

Contra-indicações:
Não foram encontradas referências sobre efeitos tóxicos.

Curiosidades:
O nome deriva do termo indígena Iba Timo que significa a árvore que aperta. É uma planta utilizada na indústria de curtumes e outrora muito procurada por prostitutas, daí o nome casca da virgindade, que até hoje lhe é aplicada.
A casca do barbatimão produz matéria tintorial vermelha que, quando precipitada convenientemente, produz tinta de escrever. Foi portanto muito utilizada na respectiva indústria em tempos passados.

Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp?f_cod=19

Uso litúrgico:

Conforme informações do pesquisador e mestrando Ulysses Paulino de Albuquerque da Universidade Federal do Pernambuco, o barbatimão, associado ao angico, aroeira e mulungu é empregado no preparo de banhos de "descarrego", com o propósito de trazer bem estar e tranqüilidade ao usuário, acrescentando, ainda, seu uso em garrafadas medicinais.

Fonte: http://www.aguaforte.com/herbarium/Erythrina.html

Também é considerada uma erva dedicada a Xangô, utilizada nos banhos e abôs dos filhos desse Orixá.